O PROCESSO DE REESCRITA NO ENSINO DO GÊNERO CARTA DE RECLAMAÇÃO

  • Benedito Bezerra Universidade Católica de Pernambuco Universidade de Pernambuco
  • Maria Ladjane dos Santos Pereira Doutoranda do PPGCL/UNICAP

Resumo

Neste trabalho, discutimos como a reescrita pode subsidiar o ensino do gênero carta de reclamação, de modo a instrumentalizar os estudantes a utilizarem-se dos mecanismos linguísticos adequados para que esse gênero venha a cumprir o seu propósito comunicativo (SWALES, 1990, 2004, 2009) em situações autênticas de uso. Para tanto, recorremos ao ciclo de ensino-aprendizagem australiano (MARTIN; ROSE, 2016) a fim de esboçar um percurso teórico que permita articular os aspectos sociais e os traços linguísticos da carta de reclamação. O estudo baseou-se em um corpus composto de 12 cartas de reclamação, escritas por estudantes da IV fase da EJA. Os resultados apontam para melhorias no texto a partir da reescrita, orientada por meio de bilhetes orientadores, o que pode levar ao cumprimento do propósito comunicativo desse gênero.

Referências

BAZERMAN, C. Onde está a sala de aula? In: ______. Gênero, agência e escrita. São Paulo: Cortez, 2006. p. 52-58.

______. Formas sociais como habitats para ação. In: ______. Gêneros textuais, tipificação e interação. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2011. p. 49-65.

______. Retórica da ação letrada. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.

BAWARSHI, A. S.; REIFF, M. J. Gênero: história, teoria, pesquisa, ensino. São Paulo: Parábola, 2013.

BEZERRA, B. G. Gêneros introdutórios em livros acadêmicos. Recife, 2006. 243f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal Pernambuco.

BRONCKART, J. P. Atividades de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. (Org.). Tradução de Anna Rachel Machado et al. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2006.

BUIN, E. O impacto do bilhete do professor na construção do sentido do texto do aluno. In: SIGNORINI, I. (Org.). Gêneros catalisadores: letramento e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 95-124.

CHAPMAN, M. Situated, social active: rewriting genre in the elementary classroom. Written Communication, v. 16, n. 4, p. 469-490, 1999.

COPE, B.; KALANTZIS, M. The powers of literacy. London: Palmer Press, 1993.

DEVITT, A. J. Writing genres. Carbondale: Southern Illinois. Cambridge: University Press, 2004.

FREADMAN, A. Anyone for tennis? In: FREEDMAN, A.; MEDWAY, P. (Org.). Genre and the New Rhetoric. Bristol: Taylor and Francis, 1994. p. 43-66.

HYLAND, K. Genre and second language writing. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2004.

______. HYLAND, F. Interpersonal aspects of response: constructing and interpreting written feedback. In: ______. Feedback in second language writing: contexts and issues. New York: Cambridge University Press, 2006.

MARTIN, J. R. On of three traditions: genre, functional linguistics, and the “Sydney School”. In: ARTEMEVA, N.; FREEDMAN, A. Genre studies around the globe: beyond the three traditions. Inkshed pubications, 2016. p. 31-79.

MILLER, C. Gênero como ação social. In: _____. Gênero textual, agência e tecnologia. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2009. p. 21-44.

ROSE, D. Learning in linguistic contexts: integrating SFL theory with literacy teaching. Proceedings of the 36th International Systemic Functional Congress, Beijing: 2009. Disponível em: <https://www.readingtolearn.com.au/wp-content/uploads/2016/01/Learning-in-Linguistic-Contexts.pdf> Acesso em: 10 jul. 2018.

______. Analysing pedagogic discourse: an approach from genre and register. In: Functional Linguistics: A Springer Open Journal, Sydney, p. 1-32, 2014.

______. Genre, knowledge and pedagogy in the Sydney School. In: ARTEMEVA, N.; FREEDMAN, A. Genre studies around the globe: beyond the three traditions. Inkshed pubications, p. 2016. p. 299-336.

RUIZ, E. D. Como corrigir redações na escola: uma proposta textual-interativa. 1. ed. 2. reimpr. São Paulo: Contexto, 2013.

SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2004.

SERAFINI, M. T. Como escrever textos. 7. ed. São Paulo: Globo, 1995.

SWALES, J. M. Genre Analysis: English in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

______. Research genres: explorations and applications. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.

Publicado
2018-07-31